Imagem: Planeta de Livros

Rafa Brites

“[…] é, acima de tudo, o resultado do que achamos de nós mesmas.”

Obra: Síndrome da Impostora. Despindo-se do disfarce. Basta. Planeta, 2020, São Paulo. De Rafaella Sanchotene Brites Andreoli (Brasil/Rio Grande do Sul/Porto Alegre, 1986).

A influenciadora que fez especialização em Programação Neurolinguística, lembra que pesquisas recentes apontam que a “Síndrome da Impostora” não se restringe a pessoas bem-sucedidas, nem apenas a mulheres (p. 74). Em face ao trecho (p. 82) desta Leitura, aponta que a síndrome caracterizada pelo sentimento de insuficiência e incapacidade quando se adota uma máscara para se achar capaz (p. 86) não se relaciona com o que os outros pensam sobre nós.

Para começar a lidar com o problema, inicialmente é preciso saber quem realmente somos, ou seja, é necessário trilhar o caminho do autoconhecimento para oferecermos ao mundo nossa melhor versão (p. 82), e aqui meu amigo, penso lá nos idos de 2002 em que lhe procurei no seu “gabinete” universitário com aquela muralha de livros e o cheiro forte de cigarro ou sei lá o que… Eu estava munido dos meus dilemas existenciais, e então me levaste a um espelho de corpo inteiro e fizeste com que eu pegasse o meu indicador e o apontasse ao meu peito acompanhado da pergunta:

– Quem sou eu? – e então, em meu silêncio constrangedor:

– Vai doer bastante caso você decida se livrar da ignorância e do preconceito sobre si mesmo – foi tua resposta.

E ganhou a noite a conversa sobre o que Carl Jung escreveu sobre Freud [483] acerca do problema do conhecimento da própria psique envolver um objeto tão “repugnante”. Quem vai se sentir à vontade esmiuçando os próprios traumas, sobretudo os de infância?, indagaste, assim como quem poderia ter prazer em sondar as próprias ambiguidades… Torna-se ainda mais dramático quando não conseguimos passar das crenças distorcidas sobre quem somos, de onde viemos, para onde vamos e o que representamos. Quase me enveredei pela graduação em psicologia por causa daquela aula particular que me deste, mas segui para o seminário teológico, contudo, foi plantada uma semente que levou seis anos para germinar, um ano após ter perdido o meu pai.

Segue Rafa Brites a argumentar que é preciso se reconectar com a própria história, os próprios talentos, para resgatar o próprio valor (p. 83). Veja aqui meu amigo se não lembra um tanto aquele meu eu de 2002 que se autodepreciava de forma sutil, apesar de ter superado o medo do futuro, depois do que fizera em dezembro de 1997, do mal adiado 1996. Ah o futuro… uma assombração que se agiganta quando ficamos estáticos em nossas certezas tão mal definidas sobre nós mesmos.

483. 14/10/2025 22h48

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