Imagem: Institute for New Economic Thinking

“Let us consider what Say himself wrote.* “One can nly buy with what one has produced,”(1) i.e., out of one’s savings or income. “The one product constitutes the means of purchasing another.” (2)
Notas do autor:
*. The first two quotations are from the first edition of Say’s Political Economy (Traits d’Economie Politique), 1803. The remainder are from the fourth edition, 1819. [The translations are mine.]
- J. B. Say, Political Economy, 1st Edition. Quoted from J. J. Spengler in
“The Physiocrats and Say’s Law of Markets,” in Essays in Economic Thought,
Eds. Spengle; - Ibid.
Obra: A Rehabilitation of Say’s Law. III, Say’s Law Restated. Ohio University Press, 1974. De William Harold Hutt (UK/England/London, 1899-1988).
Nesta obra de William H. Hurt, uma reexposição sobre um dos temas mais importantes de economia. Algo aparentemente simples quanto à postulação de que “a oferta cria a sua própria demanda” por Jean-Baptiste Say, porém, desde quando tive contato com a primeira abordagem em 1994, sobram interpretações.
Hutt inicia sua reexposição citando a referência do lorde Keynes que a refutou na Teoria Geral quanto à tese do equilíbrio do desemprego. Segundo o entendimento de Hutt, a abordagem de Keynes “baseava-se em uma citação, mas não da própria enunciação de Say”, sendo uma abordagem “bastante insatisfatória” da ideia apresentada em J. S. Mill’s Principles of Political Economy, cuja passagem teria sido “retirada de um contexto que lança luz essencial sobre suas implicações” (p. 24). Então, o compatriota do lorde afirma que na obra Commerce Defended (1808), há “uma exposição melhor da lei de Say do que a própria formulação original de Say” para em seguida concluir que “nem Keynes, nem seus colegas que o influenciaram, haviam realmente compreendido a ‘lei dos mercados’ à qual o nome de Say ficou associado” (p. 25).
O que Say afirma: “Só se pode comprar com aquilo que se produziu”. Entende Hutt que Say teria apontado que “se compra com o valor do dinheiro, não com dinheiro” (p. 25), o que me remete ao significado do produto criado como gerador de valor, sendo meio para adquirir outro, a depender da liquidez que o produto criado é capaz de proporcionar e da disposição do agente para consumir. A lei de Say indica que a produção é o fator que gera o consumo, sendo uma contrapartida e não a expansão de dinheiro circulando na economia (inflação, aumento da base monetária). Um maior consumo será possível por uma produção maior; gastos em produção precedem gastos em consumo.
A lei de Say implica que os produtos gerados ocasionam em “poder de demanda”, no sentido de
“poder de oferta”, por atribuir valor monetário aos insumos e produtos, aponta Hutt. Esse “poder de demanda” não necessariamente indica “disposição para demandar”, pois o produtor pode abrir mão negociar seu produto, consumi-lo em parte, pode também retê-lo para um outro instante em que achar mais favorável o comércio, ou seja, quem tem poder de oferta, também exerce poder no lado da demanda (p. 26) o que, penso, sugere uma dinâmica bem mais complexa do que a simples relação onde ofertantes estão de um lado e demandantes do outro, a implicar que a lei de Say “direciona a atenção para as transações reais” (p. 27) nos mercados.
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