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Giacomo Leopardi

“Io non ho mai sentito tanto di vivere quanto amando, benchè tutto il resto del mondo fosse per me come morto. L’amore è la vita e il principio vivificante della natura, come l’odio il principio distruggente e mortale. Le cose son fatte per amarsi scambievolmente, e la vita nasce da questo.”

Obra: Zibaldone di pensieri. Per un’Ode lamentevole sull’Italia può servire quel pensiero di Foscolo nell’Ortis lett.19 e 20 Febbraio 1799. p.200. ediz. di Napoli 1821. Edizione di riferimento: in Pensieri di varia filosofia e di bella letteratura, Le Monnier, Firenze 1921. De Giacomo Leopardi (Italia/Recanati, 1798-1837).

Em meio ao que chamo de “breve exercício de erudição”, nas cartas de 19 e 20 de fevereiro de 1799, Leopardi decide então escrever sobre a força mais poderosa do universo:

“Quando o homem concebe o amor, o mundo inteiro desaparece de seus olhos; ele não vê mais nada além do que é amado, encontra-se em meio à multidão, em conversas, etc., como se estivesse em solidão, absorto e fazendo aqueles gestos que o seu pensamento, sempre imóvel e poderoso, lhe inspira, sem se importar com a admiração ou o desprezo alheio; tudo é esquecido e se torna enfadonho, etc., exceto aquele único pensamento e aquela visão. Nunca experimentei um pensamento que abstraísse a mente de todas as coisas circundantes com tanta força como o amor, e refiro-me à ausência do objeto amado, em cuja presença é impossível dizer o que acontece, exceto, por vezes, o grande medo que talvez se possa comparar a ele” (p. 93).

Mais adiante, no trecho (p. 94) desta Leitura:

“Nunca me senti tão vivo como quando amei, mesmo que tudo o mais no mundo me parecesse morto. O amor é vida e o princípio vital da natureza, assim como o ódio é o princípio destrutivo e mortal. As coisas são feitas para amar umas às outras, e a vida nasce disso. Odiar uns aos outros, embora muitos ódios sejam naturais, produz o oposto: destruição mútua a consumir quem odeia”.

Penso nessa força que pode ser experimentada livre do primitivo instinto passional de se esperar por algo em troca. Não exige contrapartida quando se está sob está princípio vital. Experimentá-lo por si só é o que basta. Sua pureza consiste em realizar a virtude tão-somente ao que é amado, independente de haver correspondência e segue nesse propósito até mesmo quando se é odiado.

Em seguida pensei em exemplos desse amor por pessoas que sofreram, foram incompreendidas, perseguidas e até mortas. Pensei então que o modelo perfeito desse amor por excelência está em Cristo.

Leopardi então torna a falar de obras do século XV, depois desce para Dante e Petrarca, e segue no exercício que me fascina, quando então decide falar sobre algo familiar o qual chamo de “experiência de leitura”:

“Em todo caso, notei que a leitura de livros não produziu em mim nenhum afeto ou sentimento que eu já não tivesse, nem qualquer efeito destes que não tivesse surgido por si mesmos sem tal leitura: mas acelerou-os e fez com que se desenvolvessem mais rapidamente, em suma, sabendo onde aquele afeto, movimento, sentimento específico que eu sentia iria terminar, embora eu o tenha deixado inteiramente à mercê da natureza, encontrando, no entanto, o caminho como se estivesse aberto, corri por ele mais rapidamente” (p. 100).

O filólogo me fez pensar no conceito de leitura que adoto como terapia, no que empreendo para desvelar potencialidades que estão incubadas na psique. A literatura é um meio que incentiva experiências a partir do que vivenciei enquanto torna mais intenso o exercício de revisitar o passado para reinterpretá-lo.

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