Uma leitura ao dia abre novembro com Anxiété, da poetisa, musicista, compositora e cantora Pomme (1996). O talento da artista francesa tem me deixado perplexo. A música é em memória de um atendimento recente em que vencemos a “rainha do drama”.

Imagem: ADAA 

Robert L. Leahy

“Uma das crenças ocultas mais poderosas que está por trás da preocupação é o poder de controlar tudo em sua vida.”

Obra: Livre de ansiedade. Capítulo 7 – “Sim, mas e se…?”. Transtorno de ansiedade generalizada. Artmed, 2011, Porto Alegre. Tradução de Vinicius Figueira. De Robert L. Leahy (EUA/Virgínia/Alexandria, 1946).

Como um sistema tóxico de atendimento terminou em Mateus 6.25-34

(e uma confissão de mudança de fé)

por Leonardo Amorim

Nesta segunda abordagem com cliente contábil (C1) sobre o tema da ansiedade, recebi dois convidados no Zoom: um seminarista e uma diaconisa da igreja onde meu interlocutor atua como parte da liderança.

Desconfio que tudo começou no final de um atendimento quando eu disse que o novo sistema de atendimento para seu escritório contábil parece ser um perigoso impulsionador para o “transtorno de ansiedade generalizada” entre colaboradores e nele mesmo. O transtorno é abordado no capítulo 7 desta obra do PhD Leahy.

O problema do novo sistema é que o aplicativo na nuvem, supostamente dotado com Inteligência Artificial, após tentar responder a demanda no WhatsApp com material da “árvore de conhecimento”, caso o cliente informe que não teve sua demanda resolvida, sua suposta “IA” então aciona em cadeia os contatos humanos disponibilizados em regime de revezamento (é preciso ter um plantonista nesse modelo), até conseguir concretizar, por diversos canais (SMS, WhatsApp, telefones, e-mails e até redes sociais), colaboradores e o próprio mandatário do escritório, independente do expediente estar aberto, porque, segundo meu cliente, seria um “diferencial”.

Na prática esse sistema se revelou tóxico porque retroalimentou a ansiedade dos clientes, dos seus colaboradores e dele próprio, passando sempre uma ideia de presença geral, contínua, e de urgência desmedida.

Dada sua intensa vida religiosa na confissão batista tradicional, ao ser consultado sobre o que penso do modelo, usei um termo com viés teológico para tentar traduzir o potencial transtorno que pode provocar e assim fiz uso de uma linguagem mais familiar: “síndrome da onipresença” e, junto com as referências que fiz de passagens dos Evangelhos e à obra Jesus, o maior psicólogo que já existiu, de Mark W. Baker, a conversa parece ter despertado nele algum interesse maior, além de um sermão que ele dera na igreja, motivando o incomum agendamento, que foi realizado em uma manhã de sábado e levou cerca de duas horas.

09h00 – Agendamento (C1)

Abertura

Para evitar mal entendido [481], fiz uma breve apresentação contando minha passagem pela denominação batista, a começar do final da adolescência (1990) até me tornar seminarista (2003-2007), enquanto cooperei com outras confissões (episcopal anglicana e presbiteriana) em encontros de jovens e de casais (2000-2007), quando então finalizei que, após deixar a denominação (2007 [482]), em termos teológicos e espirituais, atualmente estou mais próximo da fé católica romana do que de qualquer outra confissão.

Evidentemente, precisei enxugar bastante uma conversa tão longa salva na descrição do Zoom e aqui destaco o que considerei como pontos de maior reflexão:

Leonardo: Bom dia! Prezados, eu quase pedi ao pastor Abdoral para me representar nesse encontro.

Diaconisa: Quem é o pastor Abdoral?

Cliente: É outra pessoa que ele diz que há dentro dele, uma longa história, irmã…

Diaconisa: Como assim? Uma incorporação? Baixa um santo nele é? (risos)

Cliente: Não, irmã, é um negócio aí de “heterônimo”, não é nada espírita, viu?, depois te conto…

(risos)

Cliente: Léo, então, desde quando você falou que meu novo sistema de atendimento lá no escritório é “tóxico’ e eu sofro de “síndrome da onipresença”, fiquei muito pensativo. O que mais me incomodou não foi isso. Foi a palavra que você me entregou naquele dia sobre Mateus 6.25-34, quando disse que os que mais idolatram a ansiedade hoje são os crentes chamados de “evangélicos”, no sentido de desejarem sempre mais e mais progresso material, ansiosos para que Deus resolva suas picuinhas e necessidades mais vãs como se o universo girasse em torno disso, e quando disse no final que os maiores ateus então dentro das igrejas apenas pelo interesse de obter prosperidade econômica, zombando de Deus, olha, meu filho, e quando achei que tinha acabado a sessão de carapuça, você disse que Jesus seria novamente crucificado, e não por comunistas ou tiranos, mas desta vez por “crentes-ateus-praticantes”. O que foi isso?, na hora fiquei muito chateado com você, senti-me profundamente ofendido e entendi que você não passa de um desigrejado frustrado com algum trauma de igreja. Confesso que foi uma batida muito forte que você me deu, mas depois aquilo ficou trabalhando por dentro de mim, e tudo mudou. Então, mês passado fui escalado para pregar e o que falei?

Seminarista: Mateus 6.25-34

Cliente: Mencionei no púlpito tudo o que você me falou. Criei coragem…

(eles não perceberam, mas eu estava lacrimejando)

Diaconisa: Foi o Espírito Santo.

Cliente: Creio. Léo, estamos entrevistando candidatos a pastor-presidente, e quando mencionei durante o sermão, as coisas que você me falou, notei que atingiu duramente a ala de diáconos da igreja que procura alguém com perfil da teologia da prosperidade.

Seminarista: Que normalmente se enrola todo para pregar sobre Mateus 6.25-34…

Cliente: Isso, então, esses dois aqui queriam conhecer o autor do sermão por procuração que eu entreguei mês passado. E por isso estamos aqui.

Leonardo: “Sermão por procuração”, essa foi boa, anotado.

(risos, eu estava tentando disfarçar a voz embargada)

Seminarista: Você poderia passar as referências bibliográficas que usou sobre transtorno de ansiedade?

Leonardo: Vou te passar links de uma terapia de leitura que realizo chamada Uma leitura ao dia. Lá você encontrará diversas referências bibliográficas sobre esse tipo de transtorno. Especificamente sobre minha conversa inicial que provocou esse curioso processo, tomei como base o capítulo 7 da obra Livre de ansiedade, do PhD Leahy. Conhece?

Seminarista: Não.

Leonardo: Creio que na biblioteca do STBNB ou da Unicap você irá encontrá-la.

Seminarista: Como você chegou a conclusão que o sistema lá do escritório é “tóxico” e que o nosso irmão (nome) sofre do que chama mesmo… cadê… sim… “síndrome da onipresença”?

Leonardo: Já ouviu falar do filósofo italiano Umberto Galimberti?

Seminarista: Não.

Leonardo: Pude escutá-lo in loco. Galimberti se ocupa bastante sobre problemas da modernidade, e a ansiedade está intrínseca quando, por exemplo, ele argumentou que os meios modernos de comunicação criam a ilusão da presença geral e imediata das pessoas. O sujeito aciona o WhatsApp , o telefone ou uma rede social de alguém sob a ilusão de que pode estar instantaneamente com a pessoa, mas isso não passa de uma ilusão, não apenas porque a pessoa está distante fisicamente, mas sobretudo porque certamente está direcionada em outra atividade ou indisposta para o contato no momento. Toda forma de comunicação que ignora isso, acaba estimulando ansiedade patológica tanto em quem procura, quanto em quem é acionado.

Seminarista: Faz sentido, e o pior que agimos assim e nem percebemos.

Leonardo: Sim, porque o sistema de comunicação é moldado por TIs que exploram transtornos de ansiedade para obter mais lucro. No capítulo 7, da obra do Leahy, ao pensar sobre o problema da preocupação contínua, sem avaliar o que é prioritário, onde nenhum risco é tolerado (p. 121), quando na verdade há ocorrências que podem ser organizadas para tratamento a posteriori, em horários específicos, de forma sequenciada. Você trabalha lá e deve ter notado que os seus colegas estão apreensivos com o novo sistema porque falta ordenamento com o turbilhão de coisas que chegam no automatismo do robô.

Seminarista: Inclusive conversei com a empresa desenvolvedora para rever isso.

Leonardo: Sem um refinamento do que realmente é urgente e o que pode ser ordenado para depois, o sistema retroalimenta a ilusão dessa presença contínua, geral, sem limites, com um robô supostamente dotado de IA passando a ideia de um imediatismo bizarro que acaba satisfazendo todo tipo de ansiedade em clientes e atinge os seres humanos que trabalham na organização e, dada a falta de avaliação desses níveis de prioridade para cada demanda, isso vai provocar mais e mais sobrecarga de tarefas, o que, por sinal, foi constatado recentemente entre os colaboradores. Em termos sucintos, a ideia inicial do robô é interessante, mas falta inteligência para um sequenciamento lógico por níveis de prioridade, e isso torna o uso do sistema novo uma coisa tóxica em termos de incentivar mais ansiedade patológica de clientes até alcançar empregados, sem diferenciar da ansiedade boa.

Diaconisa: Ansiedade boa?

Leonardo: Isso, existe a ansiedade adaptativa, que é benéfica por nos colocar em situação de alerta por conta de uma ameaça real. O problema é que o sistema de IA do escritório não sabe diferenciar o que é adaptativo (prioridade máxima), do que não é adaptativo e pode ser sequenciado em uma programação de atendimento a posteriori. Notei que no sistema há até uma seção que tenta resolver esse problema, mas é muito rudimentar.

Seminarista: Então, há uma ansiedade que não faz mal. E como ficaria Mateus 6.25-34 nesta leitura?

Leonardo: Ler esse dito de Jesus de forma literal “não andeis ansiosos por coisa alguma”, também não ajuda. No contexto, vejo que Jesus nos alerta sobre duas ilusões: a primeira, a de que temos o controle das coisas no sentido de determinar o andamento dos fatos quando a natureza tem sua própria dinâmica (as aves do céu não semeiam e encontram alimento) e, segunda ilusão, de que podemos lidar com o futuro, quando nos adverte que “o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo”. É uma sabedoria oriental muito profunda que foi mal concebida em nossa mente ocidental tão imediatista, que ignora nossa condição humana e vende um produto falso e, na perspectiva da fé em Cristo, até mesmo pecaminoso: de estarmos em todos os lugares, conhecermos todos os problemas e podermos resolvê-los sem ressalvas.

Cliente: Eita, mais um sermão por procuração…

(risos)

Diaconisa: Deixa eu ver se entendi, você está dizendo que a ansiedade ruim pode nos colocar no pecado de nos passarmos por Deus?

Leonardo: Exatamente isso.

Cliente: e que eu estou neste pecado ao estimular os clientes a pensarem que tudo é urgente, sem limites e que eu posso, quer dizer, meu escritório, pela ideia que o novo sistema passa, estar em todos os lugares, saber e resolver tudo a qualquer hora, sem distinção. É realmente uma coisa muito arrogante.

Leonardo: De certa forma, quando usei a expressão “síndrome da onipresença”, suavizei, porque a ideia da TI é vender a ilusão total, os três atributos divinos, de um poder que não existe em termos de uma organização humana. A TI vive de vender essa ilusão e, infelizmente, cristãos caíram nessa armadilha. Não pensam mais em termos humanos e estão se tornando refém de robôs e métodos de interação nada humanos. Aqui penso em um livro do C. S. Lewis: A abolição do homem.

Seminarista: Este eu conheço, lembra mesmo.

Diaconisa: Isso está gravado?

Leonardo: A transcrição, sim

Seminarista: E quando poderemos ter acesso?

Leonardo: Vou publicar os pontos principais em meu blog, sem mencionar os nomes.

Cliente: Uma última pergunta: Por que você se sente mais católico romano hoje?

Leonardo: Isso daria outro encontro, mas vou sintetizar, e perdoem-me a franqueza: não é possível estar em Cristo sem ser católico, no entanto, o sentido que uso aqui para “católico” está em Orígenes. Muitos evangélicos que não aceitam a igreja romana, precisam compreender isso. Posso falar que minha aproximação com o catolicismo romano se deu após quase 10 anos de meditação. Também por conta de minhas viagens à Itália, principalmente em Assis, e ao Vaticano, lugares que me tocaram profundamente. Não sei o que vai acontecer comigo nos próximos anos. Só Deus sabe.

(voz embargada na parte final)

Fim da reunião

481. Por se tratar de um encontro com líderes de uma igreja à procura de um pastor para presidi-la, achei por bem deixar bem claro minha posição no final do parágrafo.

482. Apesar de ter enviado em 2007 uma carta solicitando minha exclusão, meu nome ainda consta no rol de membros de uma grande igreja batista em Recife.

Imagem: Site oficial

Jill. P. Weber

“Quanto mais evitamos ou afastamos nossas emoções, mais ansiosos ficamos.”

Obra: Calma. Técnicas comprovadas para acabar com a ansiedade agora. Capitulo Dois. Suas emoções. Você está sufocando suas emoções? Latitude, 2021, Cotia. Tradução de Luciane Gomide. De Jill P. Weber.

Anxiété, a rainha do drama – por Leonardo Amorim

Os versos de Anxiété foram dispostos de acordo com a sequência da descrição no Zoom.

08h00 – Primeiro atendimento (C1)

Cliente: Bom dia, Léo, um momento, estou em uma ligação.

Leonardo: Bom dia…

Quatro minutos depois…

Cliente: Você acredita que concluímos hoje?

Leonardo: Depende, precisamos que você se livre do telefone e do zap.

Cliente: Você sabe que não posso. Sou dona de um escritório…

Leonardo: Pode sim, entregue para alguém, solicite que anotem recado, já perdemos cinco minutos com esse aliado aí da “rainha do drama”. Se eu vivo sem ele, qualquer um pode viver.

Cliente: Rainha do drama (risos). O quê? Eu?! Ah, você adivinhou com quem eu estava falando…

Je suis la reine des drames
Eu sou a rainha do drama

Leonardo: Não é você, nem quem estava falando contigo, mas a força que deseja te dominar. Depois explico.

Cliente: Tá, desligo se você me explicar em dois minutos como faz para viver sem atender ligação.

Leonardo: Hum, isso não é nada bom, viu?, estamos perdendo tempo… Vamos lá. Tive que aprender a, em vez vez de evitar a emoção, conhecê-la melhor para não cair no problema da preocupação aleatória sem considerar se a ansiedade que sinto é saudável (adaptativa) ou patológica (pp. 1-2). A primeira ansiedade é apropriada, diria necessária diante de situações de percepção de ameaça ou perigo com o acionamento de uma resposta fisiológica momentânea (p. 1), por exemplo, uma mensagem de que algo grave ocorreu com alguém importante em sua vida ou que o prédio do escritório está pegando fogo. Já a segunda ansiedade é uma resposta imprópria desencadeada por sinais que não são ameaçadores ou urgentes (p. 2), por exemplo, um cliente com uma demanda que pode ser urgente ou comum, e para definir bem isso, é necessário um filtro ou seja, colocar alguém ou algo para fazer a primeira abordagem ou a triagem.

Je suis celle qu’on ne voit pas
Eu sou aquela que ninguém vê

Je suis celle qu’on entend pas
Eu sou aquela que ninguém ouve

Leonardo: A ansiedade patológica é um inimigo que ninguém vê nem escuta, enquanto ganha espaço quando não separamos o que realmente importa, é urgente, tem prioridade, e o que pode ser sequenciado em tarefas posteriores. O problema é que, ao não sabermos diferenciar uma ansiedade da outra, não resistimos, quebramos nosso foco, tudo é urgente, e então cedemos imediatamente no telefone, no WhatsApp e coisas do gênero. Satisfeita? (acenou positivamente). Então, perdemos 15 minutos já com essa conversa, agora, faça o favor de se livrar do telefone, feche o WhatsApp do seu Windows, creia em mim, e vamos terminar isso hoje.

Quarenta minutos depois…

Leonardo: Pronto, parte A resolvida, no agendamento das 15h00 resolveremos a parte B.

Cliente: Combinado, mas, quem é a rainha do drama?

Leonardo: Creio que no final do dia, você mesma descobrirá.

15h00 – Segundo atendimento (agendamento)

Leonardo: Boa tarde! E então, como foi seu primeiro dia logo após ser liberta da escravidão do telefone e do WhatsApp?

Cliente: (risos) LALUR e o LACS (parte B) estão prontos.

Leonardo: Olha aí. Então vamos conferir as demonstrações na ECF e fazer a transmissão.

Cerca de 30 minutos depois…

Cliente: Passei umas 3 noites sem dormir quando esse CNPJ foi inativado. Essa cliente liga todos os dias achando que é simples consertar essa m**** que o outro escritório fez com a empresa dela.

Leonardo: É… a rainha do drama não perdoa…

Cliente: Já sei quem é a rainha do drama viu seu Leonardo, é a minha ANSIEDADE!

Leonardo: Bingo! A rainha do drama… e não somente a sua. É como se diz em uma canção da Pomme, uma poetisa francesa, essa rainha manipuladora vive escondida quando resistimos a um choro saudável e ficamos presos à preocupação sem discernimento da real situação:

Je suis cachée au bord des larmes
Eu estou escondida à beira de lágrimas

Cliente: Lindo isso! E assustador também.

Leonardo: A rainha do drama nos envolve impedindo nosso melhor conhecimento das próprias emoções, subvertendo tudo em um medo antecipado e exagerado. A ansiedade patológica vem de mansinho, parecendo que deseja cuidar bem de nossos pensamentos no final do dia, mas que impede o sono reparador por nos manter fixos na preocupação como se estivesse nos fazendo um bem, sendo tóxica por ignorar a natureza das emoções e nos manter em estado de alerta sem necessidade. A Pomme (a jovem poetisa que parece ter vindo de outro planeta) descreve isso de forma profunda e até com um tom de erotismo para ilustrar o poder de sedução da ansiedade:

Quand tu veux dormir je viens pour t’embrasser
Quando você quer dormir, eu vou para te beijar

Si tu veux courir je rampe à tes côtés
Se você quer fugir, eu rastejo ao seu lado

Cliente: É mesmo, a sensação é de que estou sendo sufocada, um nó na garganta…

Leonardo: Exato. A doutora JP Weber aponta que o conhecimento melhor das emoções possibilita o maior controle sobre elas (p. 19), e quando nos afastamos de nossas emoções, ou seja, sentimos, mas não queremos compreendê-las melhor ou até mesmo fingimos ser outra coisa, normalmente algo pior do que realmente é, quando sofremos uma queda emocional diante de um estresse muito elevado, fatalmente haverá o aumento desproporcional da preocupação, onde a ansiedade se fortalece e nos sufoca. Não se deve acreditar em tudo que sentimos, pois isso pode ter origem em uma crença que distorce a realidade.

[…]

Leonardo: Para terminar, sobre o poder imenso da rainha do drama, quando saio, gosto de observar as pessoas de cabeça baixa olhando para o celular, e são muitas não é? A ansiedade está sempre operacional, nos chamando para lhe darmos mais atenção do que merece ou, como em um verso da Pomme:

Je t’attends, je t’attendrai toujours, derrière
Eu estou te esperando, eu sempre vou te esperar, atrás de você

15h58 Fim do atendimento

No videoclipe oficial de Anxiété (na abertura desta edição mensal), Pomme supera os próprios limites da inteligência de sua poesia ao materializar a ansiedade, expressando o sufocamento que ela provoca.

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